quarta-feira, 15 de junho de 2011

Partindo para a ofensiva

Aprefeita de Natal, Micarla de Sousa (PV), quebrou o silêncio, na manhã de ontem, e mostrou-se bem diferente do que de costume. Durante entrevista concedida à imprensa, não usou meias palavras ou eufemismos, foi incisiva nas colocações, alterou o tom de voz, acusou os oposicionistas de criarem factóides sobre sua gestão e chamou o movimento popular "Fora Micarla", que está instalado na Câmara Municipal de Natal (CMN), de ser golpista e sem reinvindicações.

"Passei os dois primeiros anos do meu mandato a pão e água. Não tive apoio do governo federal nem do governo do estado", lembrou a prefeita, e completou: "Quem viver verá. Hoje eu posso dizer que tenho uma parceira, a presidenta Dilma Rousseff". A chefe do executivo anunciou, também, que mandará os contratos referentes aos prédios alugados pelo Município ao Ministério Público Estadual, dentro de 72 horas, tempo determinado por ela para que sua equipe preparar o envio dos documentos.

As primeiras explanações de Micarla duraram oito minutos. Nesse tempo a prefeita ressaltou que não tem poder sobre a CMN ou qualquer Comissão formada na casa e que não é contra nenhuma investigação. Na opinião dela, o que teria levado o presidente da Câmara, Edivan Martins (PV), a cancelar a Comissão Especial de Inquérito (CEI) dos Aluguéis foi a falta de membros da oposição. Diante disso, para mostrar a transparência de sua gestão, irá enviar os mesmos contratos que seriam investigados na CMN ao Ministério Público, dentro de 72 horas. "Não irei aceitar qualquer tipo de questionamento em relação à lisura da nossa gestão", avisou.

Uma das alegações da oposição para o esvaziamento da CEI foi não poder assumir a presidência ou a relatoria da Comissão. "Acho estranho, no mínimo, que a oposição não aceite participar como membro. Talvez a falta de holofotes fez a oposição não aceitar a participação", opinou.

Questionada sobre a isenção de IPTU que teria sido concedida na contratação do Novotel Ladeira do Sol, onde hoje funcionam as secretarias deEducação e Saúde, Micarla confirmou que o secretário de Tributação, André Macedo, viu a possibilidade de fazer um encontro de contas. O hotel estava devendo o imposto e teria esse valor descontado do aluguel. André Macedo não confirmou a negociação. Através da assessoria, ele disse que a possibilidade foi sondada e não chegou a se concretizar. 

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