Em reunião realizada ontem, a bancada de oposição à prefeita Micarla de Sousa (PV) na Câmara Municipal de Natal (CMN) decidiu só indicar um membro para compor a Comissão Especial de Inquérito (CEI) dos aluguéis quando tiver garantias de que o indicado assumirá a presidência ou a relatoria dos trabalhos. Os parlamentares decidiram também continuar tentando obstruir as matérias de interesse do Executivo, como fizeram durante esta semana. O líder da oposição, Raniere Barbosa (PRB), informou que a bancada usará manobras para reter a pauta de votações.
"Na última quarta-feira, eu pedi vistas do projeto que cria a 'Farmácia da Gente' e tranquei a pauta. Por isso, não teve sessão ontem. Usaremos as manobras que forem necessárias para mostrar a força da oposição na Casa e cobrar paridade na divisão dos cargos da CEI", declarou Raniere. Participaram da reunião os vereadores George Câmara (PCdoB), Luís Carlos (PMDB), Adão Eridan (PR), Fernando Lucena (PT), Sargento Regina (PDT) e Raniere Barbosa (PRB). Os dois últimos, por telefone. Os vereadores Assis Oliveira (PR) e Júlia Arruda (PSB) não participaram, por motivo de viagem.
 Raniere Barbosa pediu vistas do projeto que cria a "Farmácia da Gente". Foto: Ana Amaral/DN/D.A Press |
A polêmica entre governo e oposição começou depois que a vereadora Sargento Regina, propositora da CEI, pediu desligamento dos trabalhos, após a primeira reunião entre os integrantes da investigação. Ela alegou que decidiu sair porque os outros membros, vereadores Bispo Francisco de Assis (PSB) e Albert Dickson (PP), ambos da base da prefeita Micarla de Sousa (PV), não aceitaram ceder a presidência ou a relatoria dos trabalhos da investigação a ela, representante da bancada de oposição. Francisco de Assis ficou com a presidência e Albert com a relatoria.
O vereador do PSB disse que não abre mão da presidência. "Agora que estou nomeado para presidir a CEI, não abro mão. Quem tiver que convocar para prestar esclarecimentos, vou convocar. Se Micarla tiver que ser convocada, vai ser convocada", afirmou ele, ao confirmar a permanência no cargo. Já o vereador Albert Dickson (PP) declarou que está disposto a ceder a relatoria para a oposição. "Eu abro mão da relatoria. Não tem problema. Agora, o candidato a relator tem que apresentar boa justificativa", condicionou.
A decisão da bancada oposicionista de não indicar um novo membro para a CEI ainda não foi comunicada ao presidente da Casa, vereador Edivan Martins (PV). "Estou esperando um ofício da oposição e, caso o receba, devo tomar uma decisão nesta sexta-feira", afirmou. Na última quarta-feira, ele havia dito que, sem um membro da oposição, a CEI poderia ser dissolvida.
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