terça-feira, 26 de abril de 2011

Redução de preços depende do álcool

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Rio Grande do Norte (Sindipostos/RN) se mantém irredutível na decisão de não baixar os preços dos combustíveis. Em reunião realizada na tarde de ontem, na sede do Procon estadual, representantes do movimento "Combustível Mais Barato Já" tentaram chegar a um acordo com os empresários do setor, mas não obtiveram êxito. Os empresários alegam que já reduziram suas margens de lucro quando baixaram a gasolina de R$ 2,99 para R$ 2,85. A redução de preços para os consumidores só viria quando o preço do álcool anidro - que compõem em até 25% a gasolina - cair. Segundo os empresários, a margem de lucro de um posto de gasolina em Natal é, em média, 16% do faturamento.
O coordenador geral do Procon RN, Araken Farias, abriu a reunião anunciando que o objetivo do órgão era mediar um acordo para chegar a um preço justo para os combustíveis vendidos no estado. Segundo ele, 35 postos foram notificados e enviaram a documentação solicitada para análise do Procon. "Ainda não terminamos essa análise, mas já sabemos que um preço razoável para a gasolina aqui no estado seria de R$ 2,75. Nós estamos aqui para negociar, discutir medidas que possam resultar na redução dos preços dos combustíveis ao consumidor final", disse Araken Farias.
Uma das medidas apresentadas pelo Procon estadual foi a possibilidade de haver diferença nos preços à vista dos preços parcelados no cartão. "Estamos tentando viabilizar juridicamente uma portaria que permita um preço diferenciado à vista", disse. O coordenador do Procon municipal, Lailson Medeiros, propôs aos empresários que eles baixassem o preço da gasolina, reduzindo a margem de lucro, pelo menos nos próximos 10 dias, período esperado para que o preço do álcool baixe. "Vocês seguram essa redução nos preços durante esses 10 dias e quando o preço do álcool baixar não será necessário repassar ao consumidor", disse Lailson. Os empresários não aceitaram a proposta alegando que não têm nenhuma garantiado governo federal de que o álcool irá baixar nos próximos dias.
"As empresas só sobrevivem se tiverem lucro, parece que falar em lucro no Brasil é crime, o setor de revendas de combustíveis já deu sua contribuição quando baixou os preços de R$ 2,99 para R$ 2,85. O maior vilão da alta dos combustíveis neste momento é o preço do álcool, os preços vão baixar quando o abastecimento de álcool voltar ao normal. Não é um problema local, é nacional. Nós, revendedores, estamos pagando uma conta que não é nossa", disse o empresário Eduardo Borges.
Com os ânimos exaltados, os empresários criticaram a campanha "Combustível Mais Barato Já", que ultrapassou os limites das redes sociais e ganhou as ruas de Natal. Segundo eles, a campanha está denegrindo a imagem dos proprietários de postos de combustíveis. "Nós estamos sendo tratados como bandidos, é uma covardia o que estão fazendo com a gente, o movimento está induzindo à agressão. Eu não admito que se faça política irresponsável com o nosso negócio. Estão transformandoum problema nacional em política local", disse o empresário Cirne Junior.
O vereador Julio Protásio por sua vez defendeu o movimento dizendo que não houve ameaças ou agressões por parte de integrantes do movimento e que a manifestação popular é justa e organizada. "O movimento está buscando um preço justo dos combustíveis para o consumidor final. Por isso continua o boicote aos postos". 

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