Renata Moura - Editora de economia
Dados divulgados ontem pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram que o Rio Grande do Norte fechou a semana passada com o maior preço médio da gasolina e o segundo maior preço médio do etanol, no Nordeste. Os dados fazem parte de levantamento realizado pela Agência reguladora no período de 10 a 16 de abril e detectam uma leve redução de preços do etanol.
De acordo com a pesquisa, o preço médio do etanol caiu 1,15% no Rio Grande do Norte na semana passada, em relação a semana anterior. O valor médio cobrado por litro passou de R$ 2,418 para R$ 2,39. Mesmo com a redução, o combustível se mantém desvantajoso, na comparação com a gasolina.
Mas não é só no Rio Grande do Norte que abastecer com o derivado da cana não vale a pena para o bolso. “Os preços de etanol seguem sem competitividade sobre a gasolina em todos os estados do Brasil. Em 26 estados e no Distrito Federal, a gasolina está competitiva”, aponta matéria da Agência Estado.
O preço médio da gasolina no Rio Grande do Norte está em R$ 2,902 por litro. Segundo especialistas, só vale a pena optar pelo etanol quando o valor cobrado por ele representa até 70% do preço da gasolina, o que não acontece há várias semanas.
Se considerados os preços médios registrados na pesquisa da ANP, no atual patamar, o valor representa 82,35% do outro combustível. [Para fazer a conta, basta dividir o litro do etanol pela da gasolina e multiplicar por 100].
A vantagem do etanol é calculada considerando que o poder calorífico do motor a álcool é de 70% do poder nos motores à gasolina. Quando a relação aponta um valor entre 70,00% e 70,50%, é considerada indiferente a utilização de etanol ou de gasolina no tanque de combustível.
Segundo o levantamento, em São Paulo, o preço do etanol está em 81,27% do preço da gasolina . Em Goiás, a relação é de 80,63% e em Mato Grosso de 75,08%. A gasolina está mais vantajosa principalmente no Rio Grande do Sul (preço do etanol é 100,03% do valor da gasolina) e em Santa Catarina (+96,88%).
Relação
Há pelo menos duas semanas os preços dos combustíveis têm provocado discussões e protestos no Rio Grande do Norte . Ontem, mais um foi realizado por consumidores, em Natal, tendo como alvo um posto BR localizado entre as avenidas Prudente de Moraes e Bernardo Vieira.
No Twitter, os consumidores têm apontado um movimento de baixa nos preços da gasolina, em alguns postos. As manifestações, entretanto, continuam, por não considerarem a redução nos valores consolidada.
Dentro da campanha para reduzir os preços de maneira firme, o Comitê Gestor dos Combustíveis, formado por entidades que defendem a redução, planejava se reunir hoje com a governadora Rosalba Ciarlini para pedir que diminua o ICMS sobre a gasolina. O imposto foi reajustado este mês e isso tem sido apontado como uma das razões para o aumento nas bombas. Até o fechamento desta edição, o encontro não havia sido, porém, confirmado pelas partes. Amanhã, uma audiência pública na Assembleia Legislativa colocará em debate o assunto.
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