sábado, 2 de abril de 2011

Milhares de crianças continuam desassistidas

Apesar de matriculadas na rede de creches e Centros Municipais de Educação Infantil, cerca de 500 crianças do bairro de Mãe Luiza estão fora da sala de aula. Se levar em consideração aquelas que não conseguiram matrícula na rede, esse número pode triplicar e chegar a 1,5 mil crianças desassistidas pela educação infantil em um bairro popular de Natal. Mãe Luiza é apenas um exemplo do caos que vive a educação da cidade que, apesar do atraso do início do ano letivo devido a greve dos professores, somente agora é que está fazendo o reparo de 39 CMEIS, prejudicando milhares de alunos e causando transtornos às famílias. Para agravar ainda mais a situação, as 18 creches repassadas recentemente à Prefeitura pelo MEIOS também estão fechadas e sem previsão para funcionar.


No Centro Municipal Galdina Guimarães, obras contam com três funcionários Foto:Fábio Cortez/DN/D.A Press
Mesmo com todos os problemas estruturais que passam as unidades, a Prefeitura de Natal está anunciando a normalização das aulas nos CMEIS para esta segunda-feira, 4. Mas, na visita ao bairro de Mãe Luiza, a reportagem do Diário de Natal constatou no Centro Municipal Galdina Guimarães apenas três funcionários trabalhando no retelhamento, faltando ainda fazer os reparos na rede elétrica e hidráulica do prédio, além da contratação de professores auxiliares e pessoal de apoio. Os problemas na Galdina Guimarães não param aí: não há previsão de chegada da merenda e, a exemplo de muitos estabelecimentos, há a necessidade de regularização da Unidade Executora junto ao 2º Cartório de Natal para que a escola receba os repasses financeiros, inclusive os federais. 

Nas creches Nossa Senhora de Lourdes e João Perestrello, desativadas há mais de seis meses, a situação é ainda mais complicada. Além de estarem fechadas e sem funcionários trabalhando, precisam de reforma em toda estrutura física do prédio e formar o quadro de pessoal, inclusive professores. A Nossa Senhora de Lourdes foi desativsda com cerca de 200 alunos matriculados, enquanto a João Perestrello tem 150. A mãe Maria do Socorro da Silva disse que teveque sair do emprego para poder cuidar do filho tão logo foi fechada a creche. "Eles nos prometeram que iria começar a funcionar já este ano, mas até agora só tivemos a notícia do arrombamento na creche, quando roubaram uma televisão e um DVD", denunciou a mãe.
O chefe de Gabinete da Secretaria Municpal de Educação, Marcos Cleber, disse que a Creche Nossa Senhora de Lourdes deve voltar a funcionar somente a partir de julho, no segundo semestre, depois que fizer uma ampla reforma, enquanto que, na João Perestrello, ele prevê o início do ano letivo para o dia 11 deste mês.

Nó cego
O processo de transição das últimas 18 creches do Meios para o município foi iniciado em 2010 e concluído em 20 de janeiro deste ano. Mas nenhuma das unidades foi transformada em Centro Municipal de Educação Infantil pela SME exigência para que recursos federais sejam repassados. No caso específico de Mãe Luiza ainda não foi feita nem a mudança de nomenclatura nem seuqer a escolha dos novos gestores. O chefe de Gabinete da SME explica que os motivos para o atraso nas obras é porque a entrega das chaves deveria ter acontecido no dia 1º de janeiro de 2011, o que só feito na última quarta, 23.

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