">Não é novidade que o tráfego de carros no Alecrim, maior centro comercial do Estado, é intenso. Ultimamente, no entanto, o problema parece piorar. Os motoristas que trabalham, estudam, compram ou simplesmente trafegam pelo local estão com várias manias que irritam os comerciantes do bairro centenário. Estacionar em filas duplas, parar a menos de cinco metros das esquinas, obstruir o canteiro central, parar na frente das garagens e em locais onde é proibido estacionar. Todas são infrações passíveis de multas que variam de R$ 85 a R$ 191, previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
O problema ocorre especialmente no quadrilátero que fica no cruzamento das avenidas Presidente José Bento (antiga Avenida 3) com a Rua dos Paianazes (antiga Avenida 10). "O comércio só cresce e falta estacionamento. As pessoas se sentem obrigadas a parar no meio da rua para fazer suas compras", constata a gerente de loja Rejane Penha, que trabalha nas imediações. "Os agentesde trânsito da prefeitura aparecem de vez em quando, mas apenas para multar. O ideal seria orientar quem está errado", disse.
Gilton Rocha, também comerciante, afirma que se sente irritado ao ver a falta de consciência dos motoristas quando eles, por falta de respeito às regras de trânsito, dificultam o acesso aos estabelecimentos comerciais. "Quem tem educação para aonde é o correto parar. Quando o cliente quer comprar aqui na loja é preciso paciência pra esperar uma vaga, e muitas vezes não consegue porque tem gente mais impaciente por trás apitando. Ou seja, falta paciência e educação no trânsito", constata.
Por dia, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) aplica entre 10 e 15 multas de trânsito no trecho. O Diário de Natal convidou o diretor de engenharia de trânsito da secretaria, Valter Pedro da Silva, para ir ao local. Em pouco mais de meia hora, pelo menos quinze motoristas fizeram manobras erradas. "E ninguém pode alegar que desconhece as leis de trânsito. Para retirar sua carteira de motorista é preciso estudar o Código de Trânsito Brasileiro. O trecho é todo sinalizado, mas basta o nosso agente de trânsito sair um pouquinho pra tomar um lanche que as infrações voltam a ocorrer", revelou. "Nossos agentes sinalizam que eles estão errados, e só aplicam multas quando o condutor está ausente do veículo".
Responsável pela fiscalização, a Semob alega não poder colocar, em cada rua do comércio do Alecrim, um fiscal de trânsito, mas atua como pode, dentro das limitações. Faltam mais agentes. "A presença do agente é importante, mas a população precisa respeitar as regras. Todo o bairro é sinalizado, não há porque cometer esse tipo de infração", justificou Valter.
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