segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Mossoró cresce a passos largos

Em cada esquina da segunda maior cidade do Rio Grande do Norte se vê desenvolvimento. Mossoró, distante 277 quilômetros, Natal, vive o melhor ciclo econômico dos últimos quarenta anos e se consolida como um dos mais promissores centros urbanos do Brasil, e com um diferencial: investe em cultura para fomentar seu turismo. No final do ano passado, o município foi considerado pelo Ministério do Turismo como um dos 65 destinos indutores da atividade no país.


Memorial da Resistência lembra passagem do cangaceiro Lampião, no ano de 1927 foto: Sérgio Henrique/DN/D.A Press
A aposta no turismo se consolidou na última década, quando a cidade decidiu se inspirar num evento histórico, a invasão do bando do mais famoso cangaceiro do país, Virgulino Ferreira "Lampião", em 13 de junho de 1927, para tirar proveito e fomentar seu turismo e sua economia. "No Apodi, Lampião sequestrou o prefeito de Natal, Adolfo Gurgel, e anunciou que iria invadir Mossoró. A invasão contrariava o Padre Cícero Romão, de quem o cangaceiro era devoto. Ele dizia que cidade com três torres, ou seja, três igrejas, não deveria ser invadida. Ainda assim, Lampião anunciou a invasão", conta a guia de turismo Juliana Oliveira, que acompanhou 24 jornalistas de Natal e João Pessoa (PB), que estiveram na cidade durante três dias em uma programação específica para a imprensa.

Juliana explicou que, na época o então prefeito de Mossoró, Rodolfo Fernandes, mandou retirar todas as mulheres da cidade e preparou trincheiras para receber o bando, uma delas na capela de São Vicente, que até hoje preserva marcas dos tiros. "Outro local usado como trincheira foi a casa do prefeito, que é hoje o Palácio da Resistência, sede da prefeitura de Mossoró. No dia da invasão, Lampião ficou a 13 km de distância da cidade, mas seu bando entrou em Mossoró às 16h30, quando começou a chover. Foi um combate rápido, dois cangaceiros morreram e conseguimos resistir à invasão", contou.

Hoje são várias referências ao ato histórico: o Mossoró Cidade Junina, durante todo o mês de junho, o Memorial da Resistência, o Auto da Liberdade e a peça Chuva de Balas no País de Mossoró. "Somos fortes culturalmente e, há 15 anos, nos apropriamos desses eventos históricos para fomentar nosso turismo. Deu certo", declarou Silvio Mendes Júnior, gerente municipal de Turismo, Indústria e Comércio.

O fato dinamizou ainda mais uma economia pujante. Com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 2,7 bilhões e renda per capita de R$ 11.500, a cidade se consolida como uma porta aberta ao progresso. "Somos uma cidade em franco desenvolvimento, e conseguimos esse desenvolvimento apostando no turismo ligado à cultura", destaca a prefeita de Mossoró, Fafá Rosado (DEM).

O corredor cultural, localizado na Av. Rio Branco, impressiona não apenas pelas praças temáticas de eventos, esportes e ciência, como o Parque da Criança e o Memorial da Resistência, mas principalmente pela efervescência e participação popular e integração entre moradores e turistas. O Museu Municipal Lauro da Escóssia, no antigo prédio da Cadeia Pública, reúne objetos e documentos de outras peculiaridades da história da cidade.
http://www.diariodenatal.com.br/2011/09/04/economia5_0.php

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