terça-feira, 22 de junho de 2010

O cheiro e sabor do São João

                      
 Rodrigo Sena                                         

















Quando a canjica está pronta dá até pra sentir o cheiro de São João. Entre os quitutes derivados do milho que são vedetes da época junina, sem dúvidas, a canjica está disparada na frente no gosto popular.Em Sônia e Mílvia, a canjica é o item mais concorrido do mês.

Uma mistura aparentemente simples de milho ralado, açúcar, sal, leite de coco e manteiga, se transforma em um delicioso prato especialmente saboreado no São João.

Para muitas quituteiras de Natal a época é de faturar com encomendas. Para o buffet Sônia & Mílvia a época é de muito trabalho. “Estamos trabalhando com 1220 espigas de milho por dia para atender a demanda de encomendas e vendas”, afirma a banqueteira Sônia Varela, que comanda o buffet ao lado da irmã Mílvia.

Até o próximo dia 30 de junho,   após os festejos de São Pedro o ritmo de trabalho promete ser intenso. “Estamos servindo cerca de 180 porções de canjica por dia, sem falar em mais de 200 pamonhas e 400 kg de bolo”, conta D. Sônia, destacando outros produtos do cardápio.

Sônia esclarece que o processo de produção é praticamente artesanal, idêntico aos ensinamentos repassados por sua mãe. “Não tem mistério, o cuidado é no preparo. A nossa canjica mantém a receita original da minha mãe. Faço como ela fazia.”, explica.

Dicas para a utilização de ingredientes e condicionamento da canjica também são importantes para que a autêntica canjica chegue à nossa mesa com o seu sabor característico. “Dizem que canjica mal feita tem gosto de sabão. As pessoas cometem pequenos erros e acabam comprometendo o sabor”, ensina Sônia, que repassou dicas importantes destacadas no fim da matéria.

O requinte artesanal na produção inclui até o uso da ‘urupema’ - uma peneira feita de palha de carnaúba - para peneirar o xerém do milho. “Isto ajuda a não deixar o gosto de ranço na comida, diferente de um objeto de alumínio”, explica Sônia. A escolha correta das matérias-primas também é importante para dar o sabor autêntico aos pratos. O ingrediente mais importante de junho, o milho, deve ser o verde “inchado”, segundo Sônia: nem seco nem muito verde, que dá a consistência e o sabor ideais a canjicas, pamonhas e bolos. Junta isso ao leite de coco ‘in natura’, e é certeza de guloseima bem feita.

Os preços variam entre R$ 10,00 e R$ 15,00.

A rotina de trabalho não é diferente para a Nick Buffet, que também oferece uma das canjicas mais gostosas da cidade. Segundo D. Ignêz Motta, a casa está preparada para atender a demanda do período. “O movimento na venda de canjicas é mais intenso no período junino. Vamos fazendo de acordo com a demanda de pedidos. O trabalho não para porque canjica não se pode armazenar e muita gente prefere desgustá-la ainda quentinha”, avisa a banqueteira.

O preço da canjica na Nick Buffet variam entre R$ 2,50 (mini-canjica) à R$ 15,00.

Sem errar a mão

» Não armazenar a canjica em depósitos de alumínio.

» A canjica tem uma vida útil de 24h.

» Não substituir manteiga por margarina.

» Não utilizar leite de coco industrializado

» Optar pelo milho de boa qualidade. De preferência o “verde inchado”.

» Cuidado com a dosagem de açúcar e sal na receita.

http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/o-cheiro-e-sabor-do-sao-joao/151550

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