quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Falta dinheiro nos caixas

A população de Natal já começa a sentir os efeitos da greve dos bancários. Os caixas eletrônicos estão sem dinheiro e não está havendo reposição, causando revolta e tumulto nas agências da capita. Os 30% de serviços efetivos durante o período de paralisação não está sendo respeitado. Ontem, idosos e deficientes físicos e visuais superlotavam a agência do Banco do Brasil da Rio Branco, instituição bancária com maior número de reclamações por parte dos clientes. Visitada pela equipe de reportagem, era impossível compreender onde começavam ou terminavam as filas, sem contar com o grande número de idosos que, sem assistência, deixavam o serviço de atendimento individual ainda mais lento.

Clientes do Banco do Brasil estão revoltados com as filas longas e a falta de reposição de dinheiro nos caixas eletrônicos Foto:Carlos Santos/DN/D.A Press
"É inadmissível que isso ocorra. Já acontece em dias normais aqui nesse banco, que dirá em dias de greve", afirma Ronaldo Aldo, 48. Em companhia de seu pai, o aposentado Geraldo Aldo, de 84 anos de idade, a agência do BB era a quarta visitada naquela manhã, e desde ontem o idoso busca resgatar o seu dinheiro para quitar dívidas e viver normalmente a sua vida. "Está tudo atrasado e eu já não tenho mais idade para ficar pra cima e pra baixo nesse corre-corre", murmura Geraldo.

Os prejudicados são incontáveis e não param por aí. Duas senhoras, uma delas gestante, se encontravam na fila preferencial "estacionadas" há cerca de duas horas e aguardavam a reposição de dinheiro nos caixas eletrônicos, principal motivo de reclamação dos clientes. "Estamos desesperados. Temos tanta coisa para resolver e nos encontramos nessa situação lamentável. Filas enormes, falta de organização. Pelo andar da carruagem tenho certeza que nem 10% dos serviços garantidos pela lei de greve estão sendo cumpridos", reclama a gestante Doraci Silva, 30.

Recém-chegado de Touros, o funcionário público Raimundo Rodrigues, 47, veio a Natal para sacar dinheiro, uma vez que no município onde mora não há mais dinheiro para a população. "Sem isso fica complicado a nossa locomoção, as contas ficam atrasadas, falta comida em casa. É uma situação que precisa ser contemplada, pois a população acaba sendo a maior prejudicada com essas ações grevistas", afirma, conformado com a volta para casa sem sucesso na hora do saque.

Flagrado pela equipe de reportagem, um deficiente visual, Joaquim Santos, 41, pedia por auxílio de outros clientes para ser guiado para a fila correta para imprimir um contra-cheque. Ao entrar na agência, Joaquim precisou ser guiado por pessoas estranhas, o que acarreta um grande risco para o usuário. "É costumeiro eu ter que me virar sozinho dentro do banco. Em períodos de greve isso só tende a piorar", conta. Permanecendo insolúvel a situação de caos vivida pelos clientes, era normal encontrar pessoas reclamando, saindo das agências aos gritos, insatisfeitas ou proferindo palavras de baixo calão, dada a não realização do que se esperava ver resolvido.
http://www.diariodenatal.com.br/2011/10/05/economia1_0.php

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