sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Centrais do Cidadão de Natal devem ser reestruturadas

Os natalenses que buscam atendimento numa das quatro Centrais do Cidadão da capital, se deparam com realidades distintas. Na unidade do Shopping Via Direta, salas lotadas e ar condicionado funcionando aquém do necessário para manter a temperatura agradável. Na zona Norte, apesar do conforto do prédio, a população ainda não recorre à prestação dos serviços no local. Para equilibrar a situação, a Coordenadoria Estadual de Atendimento ao Cidadão (Codaci), elabora novos projetos de expansão sem data definida para execução ou valor das intervenções.

alex régisA Central do Cidadão mais movimentada de Natal é a do Via Direta, onde o espaço já é pequenoA Central do Cidadão mais movimentada de Natal é a do Via Direta, onde o espaço já é pequeno

Fechada para reforma há alguns meses, toda a demanda de atendimento da Central do Cidadão do Praia Shopping, em Ponta Negra, foi transferida para o Shopping Via Direta. Até que seja reinaugurada - a previsão é que a obra seja concluída ainda este mês - somente a Delegacia do Turista (Deatur) e a Promotoria do Idoso, estão funcionando, de forma improvisada, em diferentes salas do shopping.

Para a delegada da Deatur, Alzira Veiga de Medeiros, as limitações de espaço são um impeditivo ao desempenho pleno das funções da delegacia. "Nós não podemos lavrar autos de flagrante aqui, pois não podemos transitar com suspeitos pela ala comercial do shopping". Até que a nova estrutura seja entregue, as prisões em flagrante estão sendo realizadas na 10ª e 13ª delegacias, em Ponta Negra e Pirangi. 

No Via Direta, onde funciona a mais antiga Central do Estado, a procura por serviços do Detran lidera os atendimentos. Os funcionários reclamam de que a demanda duplicou com o fechamento temporário da unidade em Ponta Negra. Uma das servidoras, que não se identificou, disse que o Governo do Estado cobra por uma prestação de serviços exemplar nas Centrais, mas não paga nem as gratificações aos funcionários. Os repasses deixaram de ser pagos desde o início do ano e variam de R$ 450 (para nível médio) e R$ 600 (para nível superior), conforme detalhou a funcionária. 

Além disso, os cidadãos que procuram atendimento no guichê do Itep, para retirada de documentos de identidade, precisam contar com uma pitada de sorte. Durante vários dias faltou o prontuário para colheita das impressões digitais, cédula de identidade e plástico. As segundas vias das carteiras de identidade demoram até quinze dias para ficarem prontas.   

O gerente da unidade, Ilo José Aranha, admite que existem dificuldades. Mesmo assim, ressalta que nos 14 anos de funcionamento, já foram realizados mais de 6 milhões de procedimentos. "Os números refletem a importância da unidade neste shopping. Hoje, nosso principal problema é o espaço físico que está se tornando pequeno". 

Na zona Norte, a realidade é um pouco diferente das demais Centrais do Cidadão das zonas Sul e Leste. Com um amplo espaço disponível para atendimento e com uma demanda relativamente menor, o tempo dispensado em cada processo é mais curto. Mesmo assim, há reclamações. "O atendimento é bom. Mas ainda demora muito tempo para resolvermos coisas simples", afirmou o estudante Arthur Felipe.

Recentemente, a unidade ficou impossibilitada de realizar atendimento em setores chave  por um problema no servidor de internet. Já no Alecrim, o espaço físico do prédio no qual foi instalada a Central, se tornou pequeno pra demanda. No Centro, poucas pessoas recorrem aos serviços da unidade. 

Governo estuda parcerias para ampliar atendimento

A coordenadora adjunta da Coordenadoria de Atendimento ao Cidadão (Cocadi), órgão do Governo Estadual subordinado à Secretaria de Justiça e Cidadania, Shirley Magnólia, afirmou que novas parcerias estão sendo viabilizadas para garantir a ampliação do atendimento nas Centrais do Cidadão. O número de unidades permanece o mesmo, pelo menos por enquanto. Até hoje, nenhuma pesquisa de satisfação com os usuários do sistema fora realizada.

"Estamos desenvolvendo projetos de parcerias com entidades para ampliarmos o atendimento. Iremos resolver a questão da falta de material junto com o Itep na próxima reunião", disse Shirley. Ela não soube informar, contudo, quanto e quando o Governo pretende iniciar a execução dos projetos. 

Sobre o funcionamento das unidades do Alecrim, sempre lotada, e Centro, subutilizada, a coordenadora comentou que existem duas possibilidade. "Uma seria mudar a Central de piso, saindo do primeiro e colocando no térreo. A outra seria unificar as Centrais. Tudo, porém, está sendo analisado". O estado conta hoje com 22 Centrais do Cidadão espalhadas por 18 municípios.


http://tribunadonorte.com.br/noticia/centrais-do-cidadao-de-natal-devem-ser-reestruturadas/191171

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