Atendimento deficitário no Panatins

O  entorno e a fachada do prédio não dão a ideia para quem passa mais desavisado de que naquele local, na Rua Pimenteiras, no conjunto Panatis, Zona Norte de Natal, funciona uma unidade básica de saúde (UBS) responsável por atender aproximadamente 50 mil pessoas. O portão da unidade está fechado há vários meses, pois o poste de energia elétrica instalado em frente a UBS está quebrado e fica sustentado apenas por um fio que o prende a uma árvore. Dentro da unidade, poucos são os pacientes atendidos ultimamente.

Unidade recebia em média 70 pacientes por dia, mas faltam condições básicas Foto: Carlos Santos/DN/D.A Press

A explicação é de que o único clínico que atendia no local está de licença médica, devido a uma cirurgia recente de catarata. "Até o momento não temos médico para a nossa unidade. Os pacientes que chegam com marcação são encaminhados para as unidades mais próximas, com quem temos parceria", explicou o administrador da UBS Adilson Cardoso, que há cinco anos trabalha no local.

O problema termina por atingir mais de 70 pessoas por dia - média de atendimentos realizados na unidade, segundo Adilson. Dentre elas encontra-se Douglas Fabiano. "Não consigo sequer uma ficha para ir a um médico especialista, porquê não existe quem dê o encaminhamento aqui na unidade", lamenta Douglas. Segundo o morador do conjunto Panatis, a farmácia do posto de saúde também passa por problemas. "Minha esposa e minha sogra são hipertensas e muitas vezes chegamos aqui e não tem os remédios que elas precisam, como o Captopril", explicou Douglas.

Durante a manhã de ontem, a sala de curativos encontrava-se sem nenhum pacote de gaze. Os únicos dois pacotes que amanheceram na unidade acabaram exatamente às 9h25. O paciente que necessitasse do atendimento teria que comprar o material para possibilitar o trabalho dos técnicos de enfermagem da UBS do Panatis. A reportagem constatou que, no entanto, as áreas de odontologia e de vacinação funcionavam plenamente. Segundo Adilson Cardoso, uma reforma estrutural deverá ser feita na UBS ainda este ano.

A secretária municipal de saúde, Maria do Perpétuo Socorro, foi procurada, mas não quis atender a reportagem. "Não dou nenhum tipo de entrevista", limitou-se a dizer a gestora. A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da secretaria e encaminhou perguntas a respeito da situação da unidade de saúde, mas até o fechamento desta edição não obteve respostas.
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