sexta-feira, 18 de março de 2011

Prefeitura do Natal vai cortar ponto de professores


Após a decisão dos professores da rede municipal de não encerrar a greve da categoria, a Prefeitura de Natal anunciou, no início da noite de ontem, através de nota, que irá cortar o ponto dos docentes que continuem o movimento e contratar substitutos para dar início ao ano letivo.
A decisão de continuar a greve da categoria foi tomada durante assembleia realizada na manhã ontem, na Assen, e foi motivada pelo fato de a proposta encaminhada pela Secretaria Municipal de Educação não reconhecer alguns pontos essenciais da negociação, como o reajuste de 15,29%, frutos de um acordo já garantido em lei. Na segunda-feira, os dirigentes sindicais participam de audiência de conciliação, no Fórum Miguel Seabra Fagundes, com representantes da Prefeitura de Natal.
A proposta da Secretaria Municipal de Educação analisada ontem pela assembleia dos professores garante um reajuste salarial de 10,79%, parcelado em duas vezes. Em março receberiam 6,47%, retroativos a janeiro; e 4,32% retoativos a fevereiro. Para a presidentedo Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte/RN), Fátima Cardoso, fica difícil uma negociação quando o secretário ignora o que a categoria considera o principal ponto de reivindicação.
Apesar disso, ela acredita que, com a mediação da Justiça, venha surgir uma proposta que agrade a ambas as partes. "Esperamos que a prefeita Micarla de Souza encaminhe uma proposta para resolver essa questão, porque temos consciência de que a maior prejudicada é a família natalense, que muitas vezes não tem com quem deixar o filho, que fica impedido de ir à creche ou à escola para estudar", defendeu a sindicalista.
O secretário municipal de educação, Walter Fonseca, disse que só se pronunciará sobre a decisão dos professores de continuar a greve depois que for comunicado oficialmente pelo Sinte. "Só depois disso é que posso me pronunciar e resolver quais providências tomaremos, mas nosso foco, no momento, é resolver essa questão o mais breve possível", disse ele.
O movimento dos professores foi considerado ilegal e abusivo pelo juiz da 5ª Vara da Fazenda Pública, Airton Pinheiro, que deferiu pedido de liminar da Prefeitura de Natal determinando o retorno imediato dos profissionais às salas de aula. A decisão do magistrado fixa uma multa de R$ 5 mil por dia em caso de descumprimento da medida judicial e ainda responsabiliza, individualmente, os profissionais que não retornarem ao trabalho.

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