quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Seis mil pacientes sem insulina


Diabéticos que dependem do SUS para receberem tratamento estão desassistidos. SMS promete resolver em 48h

Mais de 6 mil usuários do Serviço Único de Saúde (SUS) em Natal que recebem insulinas para o tratamento da diabetes estão desassistidos. O problema passou a existir após o descumprimento do acordo da Secretária Municipal de Saúde (SMS) que se comprometeu a fornecer de forma regular e ininterrupta os medicamentos e insumos para tratamento de pacientes com diabetes. Segundo a chefia de assistência farmacêutica da SMS o pagamento da distribuidora dos insumos já havia sido feito e o fornecimento dos medicamentos e insulinas voltaria ao normal em um prazo de 48 horas.
"Estou sem conseguir os medicamentos de forma gratuita há cinco meses, desde outubro do ano passado", afirmou a costureira Maria das Dores da Silva, 58, mãe de Ecy Miranda Neto, 20, diabético desde os três anos de idade. A insulina que o rapaz precisa para ser tratado é a do tipo lanthus. "Sempre que chegamos ao local onde pegamos a insulina, no bairro da Ribeira, eles nos dizem 'umnão'. E não disponibilizam telefone para ligarmos sabendo se já chegou ou não. Gastamos passagem desnecessariamente e ainda temos que comprar a insulina enquanto o atendimento gratuito não volta à normalidade", contou a costureira.
A renda familiar de Maria da Dores é inferior a dois salários mínimos, sendo R$ 287 destinados para compra da insulina lanthus na farmácia. "É muito caro. Despendemos muitas vezes o dinheiro que temos para comprar comida, porque o meu filho realmente precisa do tratamento", desabafou. "Fico me perguntando o que pessoas mais pobres do que eu estão fazendo para conseguirem contornar essa situação", completou.
Como forma de buscar a resolução desse problema a promotora de justiça de Defesa da Saúde, Elaine Cardoso de M. Novais Teixeira, ajuizou na última terça-feira (22), um pedido de execução junto à 4ª Vara a Fazenda Pública onde transita uma Ação Civil Pública. No pedido, o Ministério Público quer garantir que o acordo celebrado seja cumprido de imediato; ou seja, que os medicamentos, insumos e insulinas (normais e especiais) necessários aos usuários SUS portadores de diabetes mellitus moradores de Natal voltem a ser fornecidos de maneira contínua. 
 

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