quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Professor decide manter greve na rede municipal


As aulas na rede municipal de ensino de Natal não têm data para começar. Em assembleia realizada na tarde de ontem, os professores decidiram continuar com o movimento grevista iniciado no dia 11 deste mês. A queda de braço entre a Prefeitura do Natal e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte-RN) foi parar no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN). Gestores e servidores ingressaram com ação pedindo que os desembargadores intervenham na questão. Até ontem, nenhuma decisão foi anunciada, mas a expectativa é de que ainda esta semana o TJRN se pronuncie.
Os professores da capital potiguar querem um reajuste de 15,29% no salário. Segundo Fátima Cardoso, diretora do Sinte-RN, o reajuste estaria  previsto em lei assinada pela prefeita Micarla de Sousa. Por outro lado, a Prefeitura ofereceu o aumento de 10,79%, argumentando que esse seria o limite do Executivo para que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) fosse respeitada.
A Prefeitura ajuizou, na última segunda-feira, uma ação cível originária solicitando que o TJRN decrete a ilegalidade da greve. Para a Procuradoria Geral do Município (PGM), a paralisação é ilegal pois viola a Constituição, a Lei de Greve e o Estatuto da Criança e do Adolescente. Segundo a assessoria de comunicação do Tribunal, a ação já foi distribuída e encontra-se com o desembargador Virgílio Fernandes. “Não há um prazo que obrigue o desembargador dar reposta ao pedido, mas isso deve ser feito essa semana”, disse a assessoria.
A PGM solicita a volta imediata dos professores ao trabalho, sob pena da aplicação de multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.
Em contraponto ao pedido da PGM, o Sinte-RN procurou o Tribunal de Justiça. “Entramos com um pedido para que os desembargadores decretem a legalidade da greve”, disse Fátima Cardoso. Segundo ela, a ação solicitando a legalidade da greve foi ajuizada na última terça-feira. “Para fazer o pedido, nos baseamos no fato de a prefeita estar descumprindo uma lei que ela mesma assinou e um acordo firmado com os professores”.
Na assembleia de ontem, os professores elaboraram um calendário de manifestações contra a Prefeitura. Na manhã de hoje, eles participam de um ato público no Baldo. Durante a próxima semana, farão panfletagens nas feiras livres da cidade. A próxima reunião da categoria está marcada para o dia 3 de março. “Queremos conscientizar a população de que nossa luta é justa, diferente do que a prefeita diz”, informa Fátima Cardoso.

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