sexta-feira, 29 de outubro de 2010

É ora di pasta!

Foi uma longa história até se tornar o prato mais popular do almoço de domingo. Uma das ‘sagas’ gastronômicas mais antigas do mundo é recontada – e saboreada – mais uma vez pelo Centro di Cultura Italiana MadrelinguA na 11ª edição do “É ora di pasta! - Festival do Macarrão”, que será realizada hoje (sexta-feira), no La Mouette Recepções, Candelária, às 20h. O encontro celebra o Dia Internacional do Macarrão, no 25 de outubro.

FOTOS: ALEX RéGISFesta do Macarrão terá receitas originais de tradição italianaFesta do Macarrão terá receitas originais de tradição italiana
O pequeno festival do macarrão se caracteriza por contar a história da massa e também serví-la ao público. É uma “experiência” completa de conhecimento. Criado e organizado pelo professor e gourmet italiano Michele Maisto, o “É ora di pasta!” é composto por uma mostra e por uma degustação de pratos. Na parte teórica é exibida uma mostra de  26 painéis, entre documentos, gravuras e fotos que explicam as origens e a evolução de um dos pratos mais populares do mundo.

Já o momento “prático” do festival permite ao participante – com o perdão do trocadilho – pôr as mãos na massa. A edição deste ano, sob o tema “pasta da mare” (macarrão para mar) valoriza os ingredientes que caracterizam a culinária da costa potiguar, com seus peixes e camarões. O menu do jantar é o seguinte: entradas com bruschettas (torradas, tomate seco, pesto de manjericão, antipasto, pasta de tomate seco, e mozzarella com pancetta, o bacon italiano), além de três pratos diferentes de macarrão: ao molho de tomate e atum, camarão e rúcula, e ragu à bolonhesa. A sobremesa será um tiramisú artesanal. O menu ficará a cargo do chef Rodrigo Carvalho, que já teve experiência na Itália.

Uma massa milenar
Contar a história do macarrão é viajar longe – e para além da Itália. Segundo documentos organizados por Michele Maisto, baseados em suas pesquisas, a mistura de água e farinha de trigo duro (‘triticum durum’) já era conhecida na Mesopotâmia e na área do Mediterrâneo desde 1.000 a.C. Foi só a partir do século XII que a história do macarrão encontrou a cultura italiana. Na Sicília (sul da Itália), em 1154, o geógrafo árabe Al-Idrisi presenteia o rei Rogério II com um livro no qual ele descreve uma certa “massa filiforme” fabricada na cidade de Trabia que era exportada em grandes cargas para a Calábria. A partir desse momento foi provada a difusão do macarrão ao longo do tempo pela península italiana, registrado em documentos em Pisa (1284), Nápoles (1295) e Bolonha. A massa também é citada no clássico “Decameron”, de Boccaccio.

Os documentos da exposição também atestam a cultura de Nápoles intimamente ligada ao macarrão, relação construída entre os século XV e XVIII, e que rendeu aos napolitanos a alcunha de “papa-macarrão”. A mostra também falarão sobre a evolução dos processos de produção da massa, que começou a adquirir a cara de hoje a partir do século XIX, em Nápoles e Gênova. O método medieval de pôr a massa para secar ao sol foi dando lugar às máquinas em 1878. E a partir de 1900, com o processo totalmente mecanizado, o macarrão passou a ser exportado para a América, começando a era de ouro dessa massa. E que não passou até hoje.

Serviço:

11ª É Ora di Pasta! - Festival do Macarrão. Sexta, às 20h, no La Mouette Recepções, Candelária. Preço: R$35. Antecipadas no Bigi Restô (3219-4669), Massa Mia (3202-5833) e MadrelinguA (3219-4669).

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